O feijão no algodão

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Sabe aquela experiência de plantar feijão em um algodão? 

 

Caso você não conheça, ela funciona assim: devemos colocar em um copo um algodão e um grão de feijão; e para que a plantinha cresça, é necessário que a gente a regue com água e deixe o recipiente no sol. Certa vez eu segui esses passos e me lembro da sensação que tive ao finalizá-los. Fiquei muito animada com todas as etapas, e eu queria que a planta nascesse naquele mesmo momento. Logo entendi que as coisas não funcionavam assim (na verdade, ainda estou entendendo, entender também é um processo e faz parte do nosso próprio processo).
 
Praticamente todas as coisas da nossa vida passam por fases. Respirar por exemplo, é algo natural, mas acontece um processo complexo envolvendo vários órgãos para que tudo ocorra como deve no nosso organismo. Até o macarrão instantâneo, que é instantâneo, precisa ser cozido na água antes de ser consumido. Enfim, o que eu quero dizer é que as coisas (e nós) possuem seu próprio tempo de amadurecimento, e esse período é importante e faz parte do que as coisas são (e do que nós somos).
 
Os nossos processos normalmente possuem o auxílio de “ferramentas”. As gotas de água que o grão de feijão no algodão recebe diariamente estimulam o crescimento da plantinha, funcionando como uma espécie de equipamento para que ela se desenvolva. Com a gente acontece algo parecido, os nossos pensamentos, os nossos amigos, os momentos que nos fazem bem, dentre outras tantas coisas podem ser como gotinhas de água para nós, ou seja, “ferramentas” que auxiliam no nosso amadurecimento.
 
Muitas vezes tentamos acelerar o desenvolvimento de algo, para que aconteça o quanto antes. Queremos, por exemplo, que a água se torne gelo em um piscar de olhos, que a chuva passe logo ou que a chuva logo venha, que a semente cresça apenas alguns segundos depois de ser plantada, enfim, de vez em quando nós não respeitamos muito as etapas das coisas. Mas com o tempo e aos poucos vamos entendendo que tudo tem seu tempo, faz parte da vida entender mais sobre a vida.
 
O broto de feijão, por exemplo, só conseguirá enxergar o mundo quando se desenvolver e passar da altura do recipiente em que foi plantado, mas para isso ele precisa passar por um processo. Com o nosso crescimento interno também é assim, às vezes precisamos passar por algumas situações para conseguirmos crescer e, posteriormente, enxergar o mundo de uma forma diferente. Todas as experiências são importantes e durante o próprio percurso podemos encontrar ferramentas e soluções para as nossas questões. Seja no algodão ou no chão, nós somos como feijões que passam por processos e buscam crescer com cada um deles.


Por Bruna Colmann